DEPRESSÃO
Das 107 doenças e problemas de saúde mais relevantes, a principal causa de incapacidades e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis é a DEPRESSÃO….
Estudos indicam que uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Um em cada cinco utentes dos cuidados de saúde primários portugueses encontra-se deprimido no momento da consulta.
O que é a depressão?
“A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.”
Pois….para quem não sabe é mesmo isso que se sente…não vai há muito tempo que passei por isso e ainda estou em fase de “desmame”, segundo o médico.
“Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda.”
Eu era do género: “Nunca terei isso” até que chegou o dia em que uma amiga que já tinha passado por um estado depressivo me aconselhou a ir ao meu médico. E tudo por causa do excesso de trabalho….trabalhar até à exaustão, viver intensamente o trabalho, sempre a pedirem coisas etc e tal e um dia após 5 anos a coisa teve que arrebentar.
Culpa minha? Sim, porque tinha a mania de fazer tudo.
Culpa da entidade patronal? Também porque apesar de estarem sempre presentes no dia a dia de uma pessoa nunca souberam ver isso…Óbvio que o que querem e que as coisas estejam prontas e não se preocupam com mais nada.
O curioso é que já uma colega de trabalho estava de baia médica pelo mesmo motivo.
Ainda me recordo do triste episódio de mal entrar no consultório do médico desatar a chorar…
“A depressão pode afectar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.”
Pensei nisso…sentia-me inútil, só me apetecia chorar, chorar sem qualquer motivo cheguei mesmo a questionar-me o que estava “cá” a fazer. Não era ninguém, não me apetecia sair, andava sempre ansiosa, tive um ataque de pânico, andava sempre de mau humor, não havia motivos para sorrir, para estar alegre, irritada e com problemas a dormir…
Fui buscar forças onde nunca pensei buscar. Tive pessoas, a quem posso chamar mesmo de amigos, que me deram a mão que me puxaram para não ir ao fundo, que me apoiaram. O ginásio ajudou-me bastante a recuperar a vontade de viver, de conviver com pessoas.
“Quais são os factores de risco?
• Pessoas com episódios de depressão no passado;
• Pessoas com história familiar de depressão;
• Pessoa do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
• Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo;
• Pessoas com doenças crónicas – sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;
• Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
• Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
• Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress;
• Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
• Pessoas idosas.
É possível prevenir a depressão?
Como em todas as doenças, a prevenção é sempre a melhor abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas.
Se sofre de ansiedade e/ou ataques de pânico, não hesite em procurar ajuda médica especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão.
Se apresenta queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação então aborde o assunto com o seu médico assistente.
Quais são os sintomas da depressão?
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
Os sintomas mais comuns são:
• Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
• Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
• Fadiga, cansaço e perda de energia;
• Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
• Falta ou alterações da concentração;
• Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
• Desinteresse, apatia e tristeza;
• Alterações do desejo sexual;
• Irritabilidade;
• Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.
Como se diagnostica a depressão?
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar.
Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico
Os medicamentos usados no tratamento das depressões são designados por antidepressivos. Estes medicamentos são a pedra basilar do tratamento das depressões moderadas e graves e das depressões crónicas, podendo ser úteis nas depressões ligeiras e não criam habituação nem alteram a personalidade da pessoa. Com a evolução da ciência e da farmacologia, estes medicamentos são cada vez mais eficazes no controlo e tratamento da depressão, nomeadamente por interferência com a acção de neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, no hipotálamo, a zona do cérebro responsável pelo humor (emoções).
Se o médico lhe prescrever medicamentos antidepressivos, siga as suas indicações e nunca pare o tratamento sem lhe comunicar as razões. Estes medicamentos não têm efeito imediato: pode demorar algumas semanas, 4 a 6, até começar a sentir-se melhor. O tratamento dura no mínimo quatro a seis meses.”
Penso que é uma informação útil que quis partilhar.